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sábado, 2 de agosto de 2008

Casa na praia


Guarujá, junho de 08. Sexta feira, 20 de junho, 8 da manhã. Quinze adolescentes, alguns pais e eu esperando o microônibus, na porta da escola. Nas Malas e mochilas, luvas protetoras, roupas velhas para trabalho pesado. No espírito, curiosidade e ansiedade. Os próximos cinco dias reservando aos grupo uma experiência inusitada: Construção de casas populares. O projeto batizado de “Semana do voluntariado estudantil, parceria da Escola Suíço – Brasileira de São Paulo com o “Saint Francis College” e com a ONG “Habitat for Humanity”, aconteceu entre 20 a24 de junho, no Guarujá, litoral de São Paulo. A mídia local acompanhou o evento: http://guaruja.jornalbaixadasantista.com.br/conteudo/casas_populares_construcao2008.asp Quando conheci o projeto imediatamente quis envolver meus alunos. Mas do deslumbramento inicial até a sua concretização foi uma jornada e tanto. Os vários grupos envolvidos tinham visões diferentes sobre como a coisa deveria acontecer. As primeiras reuniões anteciparam as dificuldades que teríamos pela frente. A ONG queria que os alunos assumissem um compromisso não só com a construção, mas com metade dos custos da obra (cerca de 7.500 dólares). A escola não gostou da idéia. A escola queria uma autonomia e engajamento maior por parte dos alunos. Os pais não gostaram da idéia. Queriam um adulto acompanhante de “dentro” da escola. O profissional que era nosso contato na ONG tirou férias no mês de Abril. Os alunos não gostaram. A ONG ainda precisava levantar 29% do dinheiro necessário para custear o projeto. Oferecemos fazer um trabalho de captação de recursos junto às empresas amigas da escola, mas a ONG não gostou da idéia. Muitas reuniões depois tínhamos principais entraves superados. Decidimos todos ir em frente. A instituição “Habitat for Humanity” começou na Geórgia (EUA), em 76. http://www.habitat.org/lac/ Trata-se de uma “Blockbuster”. É uma grande do setor. Seus garotos propaganda: Jimmy Carter http://www.habitat.org/how/carter.aspx e Brad Pitt. http://www.cnn.com/2007/SHOWBIZ/Movies/12/03/pitt.nola/index.html Constrói e reforma casas em mais de 100 países. 200 mil moradias construídas no currículo. No Brasil começou em BH http://www.habitatbrasil.org.br/ em parceria com a Igreja Metodista. Era1992. O Escritório nacional foi instalado em Pernambuco (estado com alto déficit habitacional), mas o escritório para mobilização de recursos ficou onde está o dinheiro: São Paulo. Hoje está por todo o país, ajudando a minimizar o déficit habitacional de sete milhões de casas. São 50 milhões de pessoas vivendo mal, sem higiene, sem emprego, sem educação. Para ser atendida, uma família não pode ganhar mais que três salários mínimos. Uma coisa muito legal é a preferência por inovações tecnológicas sustentáveis, que também reduzem custo e o tempo de construção das casas. Gosto muito de sua política de preferência por comunidades mais politizadas e organizadas. Ao agir assim, a ONG ajuda a desenvolver a democracia nos países onde atua. A ONG não “dá” as casas. Ela as “vende”. As prestações são mínimas, (até 20% da renda mensal familiar, com possibilidade de pagamento em até 10 anos). Isso garante a dignidade da família beneficiada (em contraste a alguns tipos de projetos governamentais assistencialistas, eleitoreiros, populistas, você sabe do que estou falando...). Para entrar, as famílias precisam iniciar um processo educacional, também organizado pela ONG. O Projeto do Guarujá foi inaugurado no final de 2007. A cidade tem um déficit de 10.000 casas (8% da população). As famílias escolhidas são típicamente brasileiras: Combinação explosiva de muitos filhos com baixa renda. O terreno fica em “Pae Cará”. http://www.google.com.br/maps?f=q&hl=pt-BR&geocode=&q=pae+cara+guaruj%C3%A1+s%C3%A3o+paulo&gl=br&ie=UTF8&z=13&msa=0&msid=110434727638337344341.0004523dbd8e96b1a3d87 Prevê a construção de oito blocos com quatro casas cada. Tudo muito simples, com bom gosto. Dois quartos, sala, banheiro e cozinha. O Método é inovador: Tijolos ecológicos, feitos de matéria prima local. Você não suja a mão (Mas pode machucar! Tem que usar uma luva protetora). São fáceis de manusear. Sem cortes. Sem quebradeira. Os alunos chegaram ainda de manhã no Guarujá. Foram direto conhecer a favela beneficiada. Barracos tipo palafita, ao lado de um rio do tipo imundo. O local tem sido visitado por jacarés, que perderam seu habitat natural com o avanço dos barracos nas áreas de várzea. À tarde, mãos a obra. Cimento, tijolo e juntas. Hora da verdade. Hora de dizer as palavras mágicas: “Tudo bem, não sei como faz. Por favor, me ensine”. Com ajuda do chefe da obra e dos voluntários mais experientes, foram pegando o jeito. Aprenderam a respeitar o trabalho de pedreiro. Aprenderam sobre diferentes tipos de tijolo. A fazer cimento. No final o chefe de obras e os futuros donos das casas ofereceram em agradecimento uma festa aos alunos e voluntários. Dias depois eles me disseram que só lamentaram não ter dado tempo de construir uma casa inteira. Elas estarão terminadas em novembro. Uma das alunas, num texto de avaliação, escreveu: “Observando aquelas pessoas, percebi que mesmo sem quase nenhum recurso elas ainda conseguem ser felizes. Percebi que não ajudei construir somente casas. Ajudei a construir sonhos." Uma vez a diretora de uma instituição parceira da escola me disse: “Sabe, quando você leva seus alunos para trabalhar com a gente, embora tenham ótimas intenções, eles às vezes dão mais trabalho do que ajudam. Mas o mais importante é que você está investindo num futuro empresário que tem sensibilidade social. Você não imagina como é difícil chegar num empresário e convencê-lo da importância de nos ajudar.” É isso. Construir sementes.Plantar casas. Diz-se por aí que para um homem ser feliz precisa fazer três coisas: Escrever um livro, plantar uma árvore e ter um filho. E eu diria: Trabalhe do mesmo jeito, mesmo que o livro, a árvore ou o filho não sejam seus. Obrigado à Gestão da escola Suíço – Brasileira de São Paulo, ao Elves, da “Habitat”, ao Felipe P. , “CAS Coordinator “do “Saint Francis College”, aos Pais e alunos e em especial a Giulia L. que fez um ótimo trabalho na coordenação dos alunos. Parabéns aos alunos. Abraços. Nos links abaixo: Reportagem na revista internacional da “Habitat for Humanity”: http://www.habitat.org/hw/june_2008/feature2A.html Vídeo produzido por um voluntário: http://br.youtube.com/watch?v=ByFRbUWHTmc

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