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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Homens de Zimmer

Está fazendo vinte anos que Isabel Bing lançou Estrada RevisitadaCom prefácio de  Kid Vinil e textos de Ayrton Mugnaini Jr. o livro traz versões em português de cancões de Bob Dylan, passando à limpo seus primeiros trinta anos de carreira. 
O pacote do livro incluía o patrocínio de uma banda cover para tocar em eventos relacionados ao lançamento. Foi como me envolvi na história.
Não me lembro como a Isabel me achou. Em 92 eu tinha emprego fixo no Café Paris, na Avenida Waldemar Ferreira. Alguém me viu tocando Dylan e me indicou. A própria Isabel, acessorada pela Lúcia Andrade, Produtora Musical, montou a banda e chamou os músicos. Eu, o baterista Márcio Fortes e o próprio Ayrton Mugnaini Jr., que além de jornalista já era um baixista rodado, com disco solo nas costas e ex - integrante do grupo Língua de Trapo.
Usei algumas versões de canções de Dylan que já tocava na noite e criei novos arranjos para velhas músicas conhecidas. Gravamos na minha casa, com produção e equipamento do músico Filó Machado, que à época era casado com a nossa produtora.

Dylan fez e ainda faz muitas recriações de suas músicas. Não vejo o sentido de gravar algo exatamente como já gravado antes. Deste ponto de vista nossa banda, que se chamava The Zimmer Men, não era exatamente uma banda cover. 

O lançamento do livro, em fevereiro de 93, foi bastante midiático. Teve Semana Temática no SESC, Programas de TV, temporadas no Britannia Cafe Concerto,  Armazen BarEspaço Killochan e outras casas que não existem mais.

Evidente que Dylan exerceu influência sobre meu pensamento, minha visão de mundo e de Música. Ainda o escuto muito e adoro sua voz rústica e seu talento para dizer coisas que todos nós queríamos dizer mas nunca soubemos como fazê -lo. Folheando o livro, entretanto, percebo o quão romantizada era a imagem que tínhamos do poeta trovador. Seu heroísmo foi desconstruído por obras lançadas posteriormente, como a excelente biografia autorizada No Direction Home, de seu amigo Robert Shelton. Dylan queria ficar famoso e ganhar dinheiro, e acabou engolido por uma revolução que não era dele. Aproveitou - se do fato de as pessoas insistirem em vê -lo como um cantor de protesto (título que dizia que abominava) para se dar bem e ficar rico. Quanto a mim, suas canções me encantaram e me proporcionaram uma doce maneira de ganhar a vida por uns anos.

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