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domingo, 6 de abril de 2008

Vendo a fila andar


Nós, perdidos no final da década de 80 e início de 90; Nós, sedentos por uma ideologia alternativa, nós cientistas - românticos, hippies - yuppies, rebeldes - burgueses amamos um dia Fritjof Capra.http://www.fritjofcapra.net/

Seu trabalho iluminou o caminho. Integrou mais ou menos espiritualidade com física. Apresentou-nos o conceito de “paradigma”; Teoria de sistemas. Meu deus! Só falávamos em teoria de sistemas!Morava eu no centro de vivências Nazaré em 95.
http://www.nazareuniluz.org.br/
Teoria de sistemas estava na “crista da onda” (Assim como as “constelações familiares” estão hoje!). Sônia Café só falava nisso. Oscar Motomura http://oscarmotomura.com.br/ só falava nisso.
Em palestra, contou como conseguiu trazer o Capra a São Paulo para ensinar executivos. A Unipaz http://www.unipaz.org/ também trouxe o Capra (além do John Pierrakos) ao Brasil. Na bibliografia básica recomendada pela universidade holística, todos os livros do austríaco.
Pierre Weil http://www.pierreweil.pro.br/
Foi um grande divulgador de sua obra. Capra têm influências sobre a visão de economia sustentável do governo Lula http://www.ecolnews.com.br/fritjof_capra.htm
Foi um dos idealizadores do fórum social mundial. http://www.forumsocialmundial.org.br/ que começou em Porto Alegre. Em “Conexões ocultas”, conta como as ONGs organizaram - se para se tornarem, segundo o autor, uma “força política transnacional que luta pela visão ecológica”.
O livro “Sabedoria incomum” http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=72042&sid=1811281831046440852977253&k5=8E577E7&uid=
é delicioso. Autobiográfico, descreve a trajetória intelectual que resultou em seu trabalho teórico mais conhecido: “O ponto de mutação”http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=60350&sid=1811281831046440852977253&k5=35EA9623&uid=
Na época revolucionário, o livro hoje soa como um amontoado, não como uma integração de abordagens. Sua precisão científica, seu texto impecável, seus encontros notáveis com Krishnamurti, Stanislav Grof, Werner Heisenberg, Indira Gandhi. A fase hippie, as conversas transcritas com precisão de detalhes (Ver encontro de Capra com Al Gore no imperdível “Mindwalk”:http://www.youtube.com/watch?v=o5n0VH7Th6g&feature=related

Depois das fases “taoíta-quântica” e paradigmático-exploratória, Capra radicalizou e assumiu seu “chiitismo ecológico engajado”. Essa é a "fase mala” do cara. O trabalho de Maturana e Varela e a autopoiese fizeram sua cabeça. O livro do período é “A teia da vida”.
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=82167&sid=1811281831046440852977253&k5=EDF68C6&uid=
Seu forte é a capacidade de resenhar descobertas científicas e avaliá-las em seu potencial transformador. Lê-lo é no mínimo uma experiência extremamente informativa.Em “As conexões ocultas”,
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=621219&sid=1811281831046440852977253&k5=8A3D20D&uid=
arruinou-se. Sua integração entre natureza mente e sociedade sob o formão sistêmico é um pesadelo. Seu timbre anticapitalista/anti-neoliberal é “cartilhesco”. O mérito do livro é de novo o valor informativo. Visualizamos um mundo supostamente sustentável daqui a uns trinta anos, repleto de tecnologias que já são disponíveis hoje, mas ainda economicamente caras. Hiper-carros que reabastecem na tomada, edifícios que se auto-reabastecem sozinhos, fazendas tipo “resíduo zero” em que absolutamente tudo é reutilizado inclusive fezes, eco vilas interconectadas onde todos moram perto do trabalho e todo consumo é local, a célula de hidrogênio sendo utilizada em tudo, com um único resíduo: água!
Abandonei definitivamente a filosofia Capriana em 2002, quando percebi a impossibilidade de integrá-la à minha abordagem terapêutica. Ali percebi suas limitações teóricas. A abordagem sistêmica, por mais útil e revolucionária, ainda é basicamente empírica. Não é a terra prometida.
Irônicamente, um filho pródigo (Ken Wilber,
exaltado por Capra como o novo "Einstein da consciência" em "O ponto de mutação") fez a crítica definitiva e devastadora à sua obra, expondo suas contradições internas (Sex, Ecology, Spirituality. Shambhala. 1995).

Capra recentemente percebeu que a teoria de sistemas não pode tudo: O caminho para um mundo consciente passa pela educação. Sua ação política hoje é mais educacional e menos combativa. Seu último livro, “Alfabetização Ecológica” conta essa história.
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=1861074&sid=1811281831046440852977253&k5=115EC557&uid=

Apesar de ver a “fila dos meus filósofos preferidos andar”, mantive afeto e admiração pelo “reinventor de paradigmas”. Escrevo em sua reverência, por pura gratidão, por iluminar o meu caminho durante um breve período.
Abraços.

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