• De Template" style="width: 750px; height: 250px;" />

    Música

    Música

    Música Acústica, Digital, Músicos, Internet, Composições, Gente Interessante

  • De Template" style="width: 750px; height: 250px;" />

    Cognição

    Análise Crítica

    Desenvolvimento Cognitivo, Ensaios, Resenhas, Releituras, Crônica, Prosa e Poesia

  • De Template" style="width: 750px; height: 250px;" />

    Educação

    Educação

    Projetos Pedagógicos, Ciclismo, Política e Cidadania, CAS - IB

  • De Template" style="width: 750px; height: 250px;" />

    Psicologia

    Psicologia

    Ken Wilber, Autoconhecimento, Pathwork, Wilhelm Reich, Spiral Dynamics

  • De Template" style="width: 750px; height: 250px;" />

    Meditação

    Meditação

    Meditação, Espiritualidade, Integral Practice, Budismo, Shambhala

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Boa sorte


Era novembro. Chegamos tarde do jantar. Eu estava sem sono. Sentia-me energético. Os aromas da comida e do ótimo vinho ainda frescos na memória. Em poucas semanas nossos anfitriões partiriam do Brasil. Foi um jantar de despedida. Sentia admiração e inveja. “Puxa, como seria legal morar fora do Brasil”. Avaliando os anos de convivência que tivemos, resolvi que eles mereciam uma homenagem. Peguei uma folha de papel. Rabisquei seus nomes, um por um. Seis os membros da família. Escrevi junto um sincero “boa sorte”. Precisariam de sorte. A mudança era grande. Iriam para outro país. Muita coisa poderia dar errado. Olhei para o violão. Tirei do estojo. Passeei por algumas harmonias. Fiquei olhando para os nomes no papel. Tive uma idéia bizarra. Escrevi na mesma folha as oito primeiras letras do alfabeto. ABCDEFGH. Todas elas são notas musicais, na escrita musical suíça. Sobre essas oito primeiras enfileirei as oito seguintes: IJKLMNOP. E embaixo: QRSTUVXW. Fiz a pilha de letras retangular. Quase uma matriz matemática. As duas últimas: YZ entraram formando a mini – linha final. O óbvio saltou aos olhos. Acabava de inventar um método bem tosco de transcrição alfabético - musical.
Decidi que as letras abaixo seriam iguais a letra no topo (a “nota” musical). Ficou assim: I, Q, Y= A (lá). J, R, Z = B (si bemol – como é na Suíça). S, K = C (dó). T, L= D (ré). U, M=E (mi). V, N= F (fá). X, O=G (sol). W, P=H (si natural).Desejei sorte a mim mesmo para que a coisa desse certo. Transcrevi letra a letra os nomes na partitura. Seis diferentes temas tomaram forma de fragmentos melódicos. Nomes em sua forma correspondente musical. Usei o sobrenome da família como “leitmotiv”, às vezes no baixo, às vezes no soprano, em contraponto com os fragmentos- nomes. Foi criando vida a música - Frankenstein. Bem estranha como era de se esperar. Eu ia ajeitando aqui e ali, para criar mais coerência.
Nem tinha terminado a transcrição dos nomes, lembrei de outro amigo que ia viajar também. Fiz o mesmo com o seu nome e fechei o tema com o mesmo final da outra: “Boa sorte”. Se escutar prestando atenção você reconhece a duas “palavras” (bem no fim do tema, não da música!). Como era só um nome, o segundo tema ficou bem curto. Com as variações harmônicas ficou um pouco maior. Mesmo assim a repetição da melodia me cansava. Trabalhei com alterações de dinâmica, para dar movimento. Ficou com a cara do “Philip Glass”.
Na mesma semana juntei todos numa sala e toquei o meu “presente”. Não preciso dizer que foi emocionante. “Ouçam, esses sons são formados pela soma dos seus nomes”. Deve ser delicioso “ganhar” uma música. Oferecer também é muito bom.
Agora em setembro resolvi registrá-las em vídeo. (Pause o tocador do blog para assistir com o "snapshot"). Música um


http://www.youtube.com/watch?v=uHETVRtJFPA&feature=related




Musica dois
http://www.youtube.com/watch?v=HTVEenKxJKs&feature=related


E um vídeo que explica http://www.youtube.com/watch?v=XYJSH6YzL54




Boa sorte para nós, neste restinho do ano.


Para download das partituras http://www.mediafire.com/?sharekey=150420efd921251f91b20cc0d07ba4d2374aa31334c5dfc6

2 comentários:

névoa disse...

Eaí, Barreto?
Meu grande parceiro baterista tinha comentado a respeito da técnica, mas só agora pude ver do que se trata afinal.Mas qual a idéia? Deixar o Barreto pra trás e assumir o Barrett? Onde você tava com a cabeça na hora de criar uma coisa dessas?? Muito original!
Abraço

Anônimo disse...

André, fazia tempo que não passava por aqui. Que delícia está seu espaço! Postagens ótimas, interessantíssimas! Saudades de vcs. A trilha do Tem formiga é um deleite... Grande abraço.