Imagem: Sistema AQAL (Wilber – 4)
Vou mediar o trabalho de Reich e Wilber. Quero legitimar no teórico minha abordagem Integral – Reichiana. Vou tentar entender primeiro porque Wilber http://www.kenwilber.com/home/landing/index.html se afastou das idéias de Reich. Embarcarei nesse trem só até a fase Wilber - 4 (Todas as linhas, todos os níveis, todos os quadrantes, todos os estados, todos os tipos). Deixemos a fase Wilber - 5 http://bcpandre.blogspot.com/2008/01/fase-cinco.html
de fora por hora.
Em O Espectro da consciência,
http://www.amazon.com/Spectrum-Consciousness-Quest-Books/dp/0835606953
seu primeiro livro (e principal porta voz de sua trip reichiana - junguiana – fase 1) foi (e ainda é em muitos círculos) considerado a principal teorização no campo da teoria transpessoal já escrita. No livro, Wilber delineia o Centauro. O que é o Centauro?
O Centauro emerge quando integramos com sucesso ego e corpo, e alcançamos o que o livro chamou de nível existencial. O nível existencial é um nível muito sofisticado de consciência. Muito raro também. Podemos chegar a essa integração através dos dois caminhos: Via corpo ou via ego. Se seguimos pelo corporal, Wilber recomenda as terapias reichianas. Bioenergética. Gestalterapia. Rolfing. Ponto para Reich. Os profissionais e gurus das corporais surfaram envaidecidos na onda Wilber – fase 1. Estão ainda lá hoje. Só que o livro é de 1977. A proposta Wilber – fase 1 ( "O trabalho no corpo pode ser um caminho direto para o Centauro") legitimou as abordagens corporais (nível dois – prânico/sexual) como se fossem existenciais ( nível seis ou nível do centauro – Veja seus trabalhos posteriores). Gato por lebre. A idéia do Centauro endossada por Wilber foi reiteradamente citada e utilizada pelos terapeutas do paradigma - corpo. A dupla Capra - Grof o exaltou em O ponto de mutação. O livro Corporificando a consciência de Theda Basso e Aidda Pustilnik dedica - lhe um capítulo inteiro. Susan Thesenga usa a idéia do espectro da consciência para criar um quadro resumido de crescimento psicológico – transpessoal em seu livro. Só que Wilber abandona o paradigma Reichiano (e também o Junguiano) no início dos anos 80. Reich some de todas as páginas. Para falar dos Reichianos ele recorre ao pupilo Alexander Lowen. Sua metodologia (chamada por ele de generalizações orientativas) não autoriza um autor controverso como Reich. Lowen é mais light e consensual. Assim mesmo o tom com que Wilber se refere a Lowen é ácido. Lowen é, segundo Wilber, um divulgador do Bodyism, ou filosofia que eleva o corpo humano a um status que contribui para a atmosfera rasa – superficial (flatland), estimulando o clima de muita amplitude e pouca profundidade (descendent) da nossa época ( Ver Wilber – fase 4. Os livros da década de 90). Lowen não reconhece a patologia narcisista como originária do fulcro dois (Borderline - Mahler/Masterson/ Wilber), e mantém – se fiel à visão Reichiana de origem do narcisismo: Fulcro três ou fase genital infantil/edipiana (Ver "Narcisismo", do Lowen). Em Up from Eden, Wilber dá algumas pistas do seu afastamento de Reich, subscrevendo o filosofo alemão Jürgen Habermas. A sacada de Habermas expõe o reducionismo inerente aos sistemas de conhecimento da modernidade. Exemplos ? O Marxismo (Que estabelece o nível material – econômico como causa de todos os outros fenômenos -A economia como o motor - causa da história). A Psicanálise inicial (Que usa a libido como fonte - causa de tudo o que aconteceu a seguir. Para Freud, toda a civilização ocidental foi construída sobre uma repressão: A repressão do id). O equivoco aqui, para Habermas/Wilber é entender um determinado nível (um/material ou dois/prânico) não como estrutura através da qual emergem criativamente os níveis subseqüentes (Ver: Vinte princípios que todo hólon compartilha), mas como agente ou paradigma causador, subjugando tremendamente o Kosmos de seu tamanho e abrangência originais. Cerceando sua criatividade e o seu impulso nato para a transcendência. Pior. Inviabilizando o plano de integração de todo o conhecimento humano que este autor já procurava esboçar no início dos 90, através de suas generalizações orientativas. Deste ponto de vista, Wilhelm Reich caiu no mesmo reducionismo de Freud. Enquanto Freud (para os Reichianos) foi bundão e abandonou a libido, Reich se embrenhou pelo labirinto libidinal. Partiu da função vida para construir o sistema terapêutico mais interessante e cheio de insight que o século viu. Os Psicanalistas abandonaram totalmente Reich (em parte por pavor não assumido do próprio édipo. Ninguém em sã consciência quer mexer nessa casa de marimbondo. É preciso culhões para ser Reichiano!) e abraçaram a psicologia do ego, de cuja fonte Wilber beberá meio século depois. Voltarei a isso. Reich parte da função vida e desta deduz (e reduz) todo o resto. Sua equação funcional descreve a consciência humana com tudo o que ela implica (função mental incluída) como originada na pulsação energética. O mérito do argumento de Habermas - Wilber é demonstrar como um nível superior na cadeia da evolução (como a mente a habilidade de comunicação, habilidade de raciocínio matemático, a habilidade de estabelecer um diálogo, etc.) não pode ser causado por um nível inferior, já que de muitos modos transcende este, se sobrepõe a este, interfere neste. Por ter o nível anterior como base de lançamento e não como causa, por essa exata razão pode transcendê - lo, dissociá-lo, reprimi-lo, integrá-lo. Usar a energia prânica como paradigma para a consciência o fez alvo da crítica epistemológica de Habermas - Wilber. A crítica invalida a práxis Reichiana? Não! A equação funcional de Reich ainda é válida para auto – percepção e consciência de formas vivas mais primárias. São válidas, portanto, dentro do nível vida (com desdobramentos interessantes no nível da mente, sem dúvida. Mas desdobramentos de efeito, nunca de causa, como acreditava Reich). A ameba realmente se percebe enquanto caminha; Enquanto seu sistema energético pulsa, avançando às apalpadelas e irritando sua membrana. Esse movimento realmente induz uma proto – percepção interior, pulsão ou consciência primitiva. No homem parece que a coisa é mais complicada. Como qualquer sistema, quando sob o crivo de Wilber, o sistema reichiano (em especial a análise de caráter e a vegetoterapia) ressurge e se reposiciona no mapa AQAL (todos os quadrantes – todos os níveis). Ganha relevância nova enquanto paradigma validado para determinados contextos. Numa abordagem de nível, a psicologia reichiana é preciosa para patologias de fulcro dois - três principalmente - quatro. Numa abordagem de quadrante, vale para o quadrante superior direito. Como abordagem de linha, como uma linha de desenvolvimento do circuito energético - orgonomico ou linha de desenvolvimento da pulsão libidinal. Bem, chega. Vou - me. Se você ainda está aí, de duas uma: Ou gosta muito de Reich ou do Wilber. Parece que os dois caras, antes amigos, deram um tempo. Só que a relação tem potencial! E a minha cota será conduzir essa terapia de"casal". Fui.
O Centauro emerge quando integramos com sucesso ego e corpo, e alcançamos o que o livro chamou de nível existencial. O nível existencial é um nível muito sofisticado de consciência. Muito raro também. Podemos chegar a essa integração através dos dois caminhos: Via corpo ou via ego. Se seguimos pelo corporal, Wilber recomenda as terapias reichianas. Bioenergética. Gestalterapia. Rolfing. Ponto para Reich. Os profissionais e gurus das corporais surfaram envaidecidos na onda Wilber – fase 1. Estão ainda lá hoje. Só que o livro é de 1977. A proposta Wilber – fase 1 ( "O trabalho no corpo pode ser um caminho direto para o Centauro") legitimou as abordagens corporais (nível dois – prânico/sexual) como se fossem existenciais ( nível seis ou nível do centauro – Veja seus trabalhos posteriores). Gato por lebre. A idéia do Centauro endossada por Wilber foi reiteradamente citada e utilizada pelos terapeutas do paradigma - corpo. A dupla Capra - Grof o exaltou em O ponto de mutação. O livro Corporificando a consciência de Theda Basso e Aidda Pustilnik dedica - lhe um capítulo inteiro. Susan Thesenga usa a idéia do espectro da consciência para criar um quadro resumido de crescimento psicológico – transpessoal em seu livro. Só que Wilber abandona o paradigma Reichiano (e também o Junguiano) no início dos anos 80. Reich some de todas as páginas. Para falar dos Reichianos ele recorre ao pupilo Alexander Lowen. Sua metodologia (chamada por ele de generalizações orientativas) não autoriza um autor controverso como Reich. Lowen é mais light e consensual. Assim mesmo o tom com que Wilber se refere a Lowen é ácido. Lowen é, segundo Wilber, um divulgador do Bodyism, ou filosofia que eleva o corpo humano a um status que contribui para a atmosfera rasa – superficial (flatland), estimulando o clima de muita amplitude e pouca profundidade (descendent) da nossa época ( Ver Wilber – fase 4. Os livros da década de 90). Lowen não reconhece a patologia narcisista como originária do fulcro dois (Borderline - Mahler/Masterson/ Wilber), e mantém – se fiel à visão Reichiana de origem do narcisismo: Fulcro três ou fase genital infantil/edipiana (Ver "Narcisismo", do Lowen). Em Up from Eden, Wilber dá algumas pistas do seu afastamento de Reich, subscrevendo o filosofo alemão Jürgen Habermas. A sacada de Habermas expõe o reducionismo inerente aos sistemas de conhecimento da modernidade. Exemplos ? O Marxismo (Que estabelece o nível material – econômico como causa de todos os outros fenômenos -A economia como o motor - causa da história). A Psicanálise inicial (Que usa a libido como fonte - causa de tudo o que aconteceu a seguir. Para Freud, toda a civilização ocidental foi construída sobre uma repressão: A repressão do id). O equivoco aqui, para Habermas/Wilber é entender um determinado nível (um/material ou dois/prânico) não como estrutura através da qual emergem criativamente os níveis subseqüentes (Ver: Vinte princípios que todo hólon compartilha), mas como agente ou paradigma causador, subjugando tremendamente o Kosmos de seu tamanho e abrangência originais. Cerceando sua criatividade e o seu impulso nato para a transcendência. Pior. Inviabilizando o plano de integração de todo o conhecimento humano que este autor já procurava esboçar no início dos 90, através de suas generalizações orientativas. Deste ponto de vista, Wilhelm Reich caiu no mesmo reducionismo de Freud. Enquanto Freud (para os Reichianos) foi bundão e abandonou a libido, Reich se embrenhou pelo labirinto libidinal. Partiu da função vida para construir o sistema terapêutico mais interessante e cheio de insight que o século viu. Os Psicanalistas abandonaram totalmente Reich (em parte por pavor não assumido do próprio édipo. Ninguém em sã consciência quer mexer nessa casa de marimbondo. É preciso culhões para ser Reichiano!) e abraçaram a psicologia do ego, de cuja fonte Wilber beberá meio século depois. Voltarei a isso. Reich parte da função vida e desta deduz (e reduz) todo o resto. Sua equação funcional descreve a consciência humana com tudo o que ela implica (função mental incluída) como originada na pulsação energética. O mérito do argumento de Habermas - Wilber é demonstrar como um nível superior na cadeia da evolução (como a mente a habilidade de comunicação, habilidade de raciocínio matemático, a habilidade de estabelecer um diálogo, etc.) não pode ser causado por um nível inferior, já que de muitos modos transcende este, se sobrepõe a este, interfere neste. Por ter o nível anterior como base de lançamento e não como causa, por essa exata razão pode transcendê - lo, dissociá-lo, reprimi-lo, integrá-lo. Usar a energia prânica como paradigma para a consciência o fez alvo da crítica epistemológica de Habermas - Wilber. A crítica invalida a práxis Reichiana? Não! A equação funcional de Reich ainda é válida para auto – percepção e consciência de formas vivas mais primárias. São válidas, portanto, dentro do nível vida (com desdobramentos interessantes no nível da mente, sem dúvida. Mas desdobramentos de efeito, nunca de causa, como acreditava Reich). A ameba realmente se percebe enquanto caminha; Enquanto seu sistema energético pulsa, avançando às apalpadelas e irritando sua membrana. Esse movimento realmente induz uma proto – percepção interior, pulsão ou consciência primitiva. No homem parece que a coisa é mais complicada. Como qualquer sistema, quando sob o crivo de Wilber, o sistema reichiano (em especial a análise de caráter e a vegetoterapia) ressurge e se reposiciona no mapa AQAL (todos os quadrantes – todos os níveis). Ganha relevância nova enquanto paradigma validado para determinados contextos. Numa abordagem de nível, a psicologia reichiana é preciosa para patologias de fulcro dois - três principalmente - quatro. Numa abordagem de quadrante, vale para o quadrante superior direito. Como abordagem de linha, como uma linha de desenvolvimento do circuito energético - orgonomico ou linha de desenvolvimento da pulsão libidinal. Bem, chega. Vou - me. Se você ainda está aí, de duas uma: Ou gosta muito de Reich ou do Wilber. Parece que os dois caras, antes amigos, deram um tempo. Só que a relação tem potencial! E a minha cota será conduzir essa terapia de"casal". Fui.
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