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Foto Wikipedia: Miguel Bombarda.

Miguel de Augusto Bombarda foi assassinado em três de outubro de 1910. Um doente mental entrou em seu gabinete no Hospital de Rilhafoles em Lisboa e desferiu vários tiros de pistola. Fundador do partido Liberal, sua morte ocorreu no dia do levante contra a monarquia. Dizia-se de Miguel que poderia ter sido Presidente de Portugal.

Há um tópico na Wikipedia só sobre ele.
O Hospital de Rilhafoles foi rebatizado para homenageá -lo. Portugal retribuiu-lhe dando seu nome para ruas e avenidas em muitas cidades. Lisboa, Vila Franca de Xira, Averca do Ribaltejo, Povoa de Santa Iria, Seixal, Barreiro, Sacavém, Oeiras, Parede e Cidade do Porto. Na Cidade do Porto a Rua Miguel Bombarda é endereço seleto, e abriga diversas galerias de arte e atividades culturais. Há este blog sobre ela. Miguel Bombarda também emprestou seu nome a um Museus de Artistas doentes mentais  em Lisboa.

O irmão caçula de Miguel Bombarda, Afonso, suicidou -se. Sua irmã Maria Lídia Bombarda casou – se com o confeiteiro espanhol Pedro Calderon. Tiveram três filhos: Pedro Augusto, Lidia Beatriz e Leopoldo Victor. Com a morte de Pedro Calderon, Maria Lídia veio para o Rio de Janeiro com as crianças. No Brasil, Leopoldo Victor casou - se com uma russa chamada Vera. 
Pedro Augusto saiu de casa e sumiu. Maria Lídia conseguiu casar a filha Lídia Beatriz, de 16 anos, com o Banqueiro carioca Manoel Fernandez de Aguiar. 

Lídia Beatriz pariu Edith Bombarda Calderon de Aguiar aos 17. Irene Bombarda Calderon de Aguiar aos 18. Ilca Bombarda Calderon de Aguiar aos 19. Ilca morreu criança. Edith e Irene cresceram grudadas. 

Aos vinte Edith se apaixonou pelo estudante paulista Alberto Cardoso de Melo Neto. Recém-formado, o jovem advogado foi trabalhar num escritório no interior de São Paulo. Maria Lídia não autorizou a viagem da filha e o noivado acabou ali. 

Edtih casou-se então com o jovem empresário João de Oliveira Barreto, sobrinho do conhecido Professor Arnaldo de Oliveira Barreto, diretor do Colégio Caetano de Campos. Há uma rua com seu nome em Osasco. 

Apesar de apaixonada por Alberto, Edith gostava de João Barreto. Ele era um jovem promissor que proporcionou a ela uma boa vida. Mudaram-se para Campinas onde viveram felizes por vinte anos. Em 1948, durante uma viagem para uma de suas fazendas, o carro em que João estava enguiçou sobre trilhos e foi arrastado por um trem, matando-o aos quarenta sete anos de idade. 

Sua morte provocou comoção em Campinas, que em sua homenagem deu seu nome a uma rua. Edith se tornara viúva antes de sua irmã Irene.

Muitos anos depois o Doutor Cardoso de Melo também ficou viúvo. Descobriu sabe-se lá como o endereço da sua primeira noiva, Edith. Voltaram a se encontrar. Trocaram telefonemas românticos. Edith fazia bolo de chocolate e caminhava até a casa dele. Tomavam chá, conversavam e suspiravam pela tarde. Decidiram enfim se casar e realizar o sonho abortado na juventude. Estavam muito felizes. Data marcada, Edith um dia ligou para perguntar sobre algum detalhe da festa. Como ninguém atendeu, seguiu com sua rotina. Dias depois, Edith leu no obituário do Estadão o nome de seu noivo, que falecera. O destino lhe passava a perna pela terceira vez. Ela se resignou e ainda viveu muitos anos. Gostava de fazer palavras cruzadas e de desenhar. Morreu com 82 anos, em São Paulo. Cardoso de Melo, seu primeiro e último amor, também foi um homem importante. Uma rua próxima ao Clube Hebraica, em Pinheiros, leva seu nome. Tem também Escola Estadual. Em Tremembé, há outra rua. 

Edith Bombarda Calderón de Aguiar Barreto era minha avó. Uma rua que leva seu nome passa aqui perto nas cercanias do meu coração.