Relaxar para o sucesso

Uma escola em Boston instituiu aulas de Yoga como parte de uma ação anti-stress daquela gestão escolar.
http://www.nytimes.com/2007/10/29/education/29stress.html?_r=1&pagewanted=all&oref=slogin

Após o término das aulas, por volta das 16h: 30min, os alunos deitam em colchonetes, a luz diminui, e eles são convidados a relaxar o corpo e a mente.

Nesta mesma escola avalia-se como é o rendimento escolar dos alunos com finais de semana sem lições de casa. Após dois suicídios no ano passado, aquele diretor criou um comitê de estudos com o objetivo de reduzir o stress entre os estudantes, causado pelo excesso de competitividade e angústia frente aos fracassos acadêmicos. Alguns alunos gostaram da ausência de tarefas. Alegam que agora podem dedicar-se melhor às suas outras atividades escolares! “Enquanto certa quantidade de stress é necessária para se atingir objetivos, stress em excesso é prejudicial”, explica o diretor.

“A cultura americana sempre usou rigor ao cobrar desempenho. Precisamos nos assegurar de que não estamos cobrando o rigor pelo rigor, mas o necessário para se atingir uma excelência de resultados.”

Por enquanto os pais têm apoiado essa iniciativa, já que os resultados acadêmicos têm melhorado. “Se os resultados acadêmicos mudarem, talvez essa postura mude”, continua.

Criei em 2004 dentro da escola um grupo extracurricular de meditação com alunos de 16 anos (Segundo ano do ensino médio) . Eram quatro alunos. Adaptei uma sala de aula para a prática. As aulas de meditação acabaram virando aulas de relaxamento, conforme o final do ano se aproximava e os trabalhos e exigências aumentavam.

Esse espaço diferenciado também acolheu discussões filosóficas acerca da natureza da realidade, temas como sonhos lúcidos, e a rica discussão sobre o filme “Waking Life”.

http://www.youtube.com/watch?v=-iDAaS3QiNk

Este grupo de estudos infelizmente durou apenas um semestre, mas plantou sementes naqueles participantes, tenho certeza.

Uma abordagem de meditação para adolescentes precisa ser um pouco diferente daquela para adultos “buscadores”. Adolescentes estão com ego em formação. Ainda estão descobrindo e testando quem são. Não é o momento, portanto de uma prática muito intensiva. A prática pode se tornar agente desestruturante ou desfragmentador para a personalidade. A ênfase deve ser no prazer de esvaziar, no prazer de relaxar, de descansar o corpo e a mente. Na vivência presente, na possibilidade do mistério, na exploração da experiência. Na expansão da consciência. Adolescentes atuam muito com o hemisfério direito do cérebro. São românticos, aventureiros, místicos. O estímulo à prática meditativa entre jovens poderia substituir com sucesso a curiosidade deles em relação às drogas, por exemplo. Muito temos que aprender nessa área ainda. Certamente, já temos ferramentas pedagógicas para a exploração segura e benéfica da consciência com os jovens, e de suas atribuladas emoções. Que a pesquisa continue!

Abraços.