Imagens: Acima - Alexandre Murashima. Abaixo - Markus Thomas.
Voltando a falar de música, tive gratas surpresas neste mês de agosto. Enquanto todo mundo fugia da rua por causa da gripe suína, dois velhos amigos entravam no estúdio para espantar a má sorte em ótimas gravações. Ambos me presentearam com seus CDs. Agora entretanto, recebi na mesma semana os links do myspace de ambos, que irei partilhar aqui. Alexandre Murashima e Markus Thomas. Duas personalidades bem diferentes. O primeiro, meu parceiro desde 1999, dos tempos da faculdade de música. Introspectivo, não se deixem enganar por essa primeira impressão. Basta desembrulhar sua semi – acústica e Zebú se revela em explosão musical. Já era excelente guitarrista, e está agora aparecendo o compositor. O segundo é um ex – pupilo da escola. Seu talento já era óbvio lá pela sexta ou sétima série. Só que com este CD o Thomas se posicionou para muito além de seu mestre. Curtindo a vida, pegando onda, celebrando sua existência sem culpas. Divulgo aqui seu último trabalho. Chega de conversa. Vamos curtir. Vou pincelando faixa a faixa.
Primeiro o Murashima.
http://www.myspace.com/alexandremurashima
Na barra da saia – Samba – funk. Vocais ao estilo Clube da esquina. Guitarra cortada, percutida. O clima impressionista. Passagens me lembram Jorge Benjor em Os alquimistas estão chegando. Enfim, entra o tema. Banda avança calibrada. Chama a atenção o entrosamento entre bateria e guitarra. A canção explode, implode, vai aos arroubos, nervosa. Muita dinâmica. Caos e desolamento. Crocodilos devorando um gnú.
Pedrinho – Valsa – Jazz. Singela. Vai perguntando e respondendo, até baixar o clima Hermeto. Aí, dá uma virada, e vem de novo aquele sabor impressionista. Terá recebido a visita do espírito de Toninho Horta? O que será que o Murashima tem escutado ultimamente? Mais careta que as outras, é a minha preferida.
És ou não Wes – Samba variado, cheio de sabores brasileiros, à la Marcos Valle. Aqui há mais espaço para solos e idéias melódicas mais livres do Mura.
A cozinha vai assando o sambinha. De-repente surge à frente na estrada o João Donato. Ih, meu fusca 68 já ficou para trás. Depois do improviso volta o tema, com seu tempero carioque cousine.
A cozinha vai assando o sambinha. De-repente surge à frente na estrada o João Donato. Ih, meu fusca 68 já ficou para trás. Depois do improviso volta o tema, com seu tempero carioque cousine.
Seguimos com o Markus Thomas.
Out of reach – Ótima melodia e arranjos. Hino à glória da juventude. Uma bela ponte no final, à la Magical Mistery Tour.
The secret – Markus é excelente melodista. Eis um ótimo exemplo. Perceba as sutis modulações e timing perfeito.
I´m in Love – Tratamento impecável dos instrumentos. Mais pop. Produção de primeira, guitarras, vocais, mixagem. É bom ver o Markus feliz. Fico feliz junto.
Fire up - Beach song. Belos vocais. Ótima mixagem. Para curtir o Reveillon. Aloha.
Sometimes - Voz e violão, sem disfarces. Mais um foxtrot. Observe como Markus passeia pelas texturas tonais e bridges sem perder a coerência interna da canção. Enjoy it.
Ghost town – Cola na cabeça. Alguém lembrou de Penny Lane? Hit para o verão. Markus a caminho da maestria nesta incrível arte de compor canções. Suas melodias vão se desdobrando, desdobrando, guardando surpresas logo ao virar da próxima esquina.
We-ve got soul – Jack Johnson na veia. Só que mais festivo. Mais vibrante. Impossível ficar parado.
Break your heart – Outro single para o verão 2010. Minha preferida, devo confessar. Tudo no lugar, with tenderness. But I haaaave toooo, Gô ô ô...
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