Foto: Eu, Koy e George em casa.
Estudar
inglês foi o mote da minha viagem ao Canadá. Meu projeto de dar aulas no idioma é
antigo. Conversei com meu Diretor no final do ano e senti que era um
momento bom para enviar minha proposta. Encaminhei em janeiro. Em
Março veio a resposta: Projeto aprovado com subsídio para o curso e
passagem. Em troca, darei meus cursos em inglês em 2012.
Considero
meu inglês de razoável para bom. Como sou muito crítico, ele deve ser
um pouco melhor que isso. Para dar aulas, bom não basta. Preciso chegar no ótimo e ter um bom vocabulário na área. Fiz uma avaliação no
CNA. Deu High Advanced. Um mês no Canadá não fez milagres.
Vitaminar meu inglês em Vancouver e seguir estudando na volta fará.
Aprovado o
projeto, escolhi a agência Information Planet para fechar a viagem.
Fizeram
ótimo trabalho. Orientaram -me sobre tudo. Do visto à passagem. Da
cidade à escola. Optei pela escola ILAC de Vancouver. A matriz fica
em Toronto mas Vancouver oferecia promoção para brasileiros no mês da minha viagem. A escola tem diversos prêmios
de qualidade.
A ILAC –
Vancouver fica na Hastings
Street, a uma quadra da Waterfront Station. Cheguei numa
segunda feira passando mal com a comida do avião. Fiz o teste de
seleção de nível. Não encontrei dificuldade. Fui recomendado ao
curso do FCE (First Certificate in English).
Entrei
numa ótima classe, bastante focada nos estudos. Muitas nacionalidades e pouca idade.
Fiquei amigo da Yumi da Coréia, da Fernanda do México e do
Ryosuke do Japão. Mantive distância dos Brasileiros. Nada pessoal
ou homofóbico. Não dei meia volta ao mundo para continuar falando português.
Em três dias fiz um simulado do FCE. Fiz 72,5 pontos. Poderia
ter me saído melhor. Não entendi um dos exercícios
e respondi tudo errado. Na semana seguinte fui recolocado no CAE
(Certificate of Advanced English). Equivale ao nível 13 na ILAC, ou
High Advanced one. A Fernanda, minha amiga mexicana, subiu comigo e me acompanhou por mais duas semanas. Sentava sempre perto dela. Como sabe inglês aquela garota.
Na classe
nova o ritmo da aula era muito rápido. Eu tentava correr atrás. Exercícios de
escutar, falar e gramática. Adorei ler o conto The Murders in the Rue Morgue, de Edgar Alan Poe. Ótima história e rico vocabulário. Entreguei 4 Writing Assignments em duas semanas. Só gostei de um.
A
professora Rosemary do CAE fez uma reunião com os novos para detectar áreas de interesse e preparar aulas personalizadas. Nos dias seguintes trouxe material sobre música e muito
vocabulário da minha área. Rosemary logo identificou meu calcanhar de Aquiles:
Listening; e meu forte: Speaking. Falo um bom inglês, mas perco com facilidade o fio da meada ao escutar.
Além do
curso principal (CAE) fiz uma Aula Eletiva e uma aula de Power
English. Minha aula eletiva foi Listening & Speaking, com o
Luke. Descolado e viajado, Luke definitivamente não parece um canadense típico. Suas
aulas abordaram temas contemporâneos e polêmicos. Trabalhávamos com podcasts da BBC
News.
Conheci a
Carla na aula do Luke, que virou minha amigona. Geóloga, trabalha na Petrobrás e mora em Goiás. Foi ela quem me convenceu a
viajar para Rocky Mountains (Leia mais abaixo).
Os
intervalos entre as aulas são curtíssimos. Mal dá tempo de usar o banheiro, sempre lotado. Para almoçar, só meia hora. Sanduíche e suco goela
abaixo. Minha última aula era em outro prédio. Voava para não chegar atrasado.
A última aula do dia era do Paul. Mais Listening. Na turma só japoneses e coreanos. O Ryosuke estava lá.Eu adorava ser o único brasileiro. O Paul
não dava alívio. Provocava a classe com temas para lá de polêmicos. No primeiro dia comprei uma discussão com ele sobre legalização de drogas. Quase virou bate boca. Praticamos Listening com o site Scientific
American: 60 - Seconds Science . A narradora do site fala um inglês muito rápido.
Assistimos
o filme Ocean Eleven (Onze Homens e um Segredo) inteiro. Aprendemos expressões do bizarro Cokney Accent falado pelo Basher, personagem do ator Don Cheadle.
A ILAC tem dois
pontos fracos. O método repetitivo e a quantidade de brasileiros. Independente do nível, professor ou exame, o método é sempre o mesmo. Ler, fazer exercícios no livro, checar respostas com colegas, trabalhar em grupos de três, treinar conversação de pé, copiar vocabulário na lousa. Na
terceira semana decora- se o passo a passo da aula e ela se torna cansativa. Odiava levantar para dialogar sobre um assunto que não me interessava com alguém que não me entendia. O número
de brasileiros na ILAC é acachapante. Escutamos mais português que
inglês nos corredores. A escola recomenda que os brasileiros falem
inglês mas não adianta. Os Brazucas são bastante indisciplinados. No papel de aluno, entendi a angústia do aluno que quer aprender mas não consegue porque
sua classe não sabe se comportar. Confirmei de camarote a importância do papel do professor em garantir um bom ambiente de aprendizado. Aguentei duas semanas e pedi
para sair. Fui para o curso de Business.
Fizemos o simulado do CAE na terceira sexta feira. Fiz 63 pontos, o que me qualificou como nível C. De novo, dancei na parte do Listening. Prestar o CAE não é um projeto assumido, mas pode vir a ser. Vamos ver.
À tarde, com a cabeça cansada com tanto inglês, ia passear de
Bike. Levava o Homework para fazer num banco de parque. Em duas
semanas de Canadá algo sutil mudou no meu cérebro. Comecei errar palavras fáceis em português. Minha
teoria é que começou o processo em que o inglês toma o lugar do português como idioma principal. Abortei o processo quando voltei ao Brasil.
Falando de Brasil, minha
viagem para Rocky Mountains foi salva por um adorável grupo de brasileiros. Estudantes, a grande maioria da pátria verde e amarela, lotaram 3 ônibus de turismo. Sentado na poltrona, sozinho, esperava pelo pior. Que mala vai
sentar do meu lado por quatro dias seguidos? Indagava morrendo de medo. Enquanto me perdia em considerações, uma jovem médica brasileira sentou na poltrona ao lado e puxou assunto. Ela perguntou em português. Eu respondi em inglês. Chamava – se Débora e para meu espanto morava em Santa
Cecília, a poucas quadras do meu apartamento. Apresentou seus amigos. Alessandra, Paula, Norton e Bruno. Os dias se sucederam animados dentro do
ônibus, eles no Português e eu no Inglês. Às vezes um lado vencia às vezes o outro. O vídeo abaixo mostra como a
alternância de línguas foi a tônica da viagem. Estamos na Sulphur Mountain, em Banff. A Carla, também junto, explica como esta cadeia de montanhas se originou. O visual arrasa.
Amizade em inglês para valer encontrei na casa de família que me recebeu. Jantávamos todo dia eu, a Koy e o George. A Koy é uma adorável adolescente do Japão. Fazia lição de casa assistindo Soap Opera japonesa no notebook. Está terminando o ensino médio. O George é Filipino e estuda informática aplicada em Business. Não largava seu Iphone. Um dia apareceu no meu quarto com um aplicativo do Iphone que fala português. Queria conversar no meu idioma. Umas figuras esses dois. Ficávamos papeando depois da janta. A Koy veio com a ideia de todos irmos ao Night Market no final de semana. O Night Market é uma feira onde se compra de tudo, sem taxas e com direito À barganha, como se faz em Hong Kong. Ao chegar, nos dividimos em duplas. Fui passear com o George.
http://www.youtube.com/watch?v=1CCCqR5MC4I
O Wili e a Evelyn são fantásticos. Vieram para Vancouver das Filipinas há 20 anos e vão muito bem obrigado. Aprendi muito inglês conversando com eles, muito mais que na escola. Adorei a casa, meu quarto e a família. Tentaram atender a todos os meus pedidos. Esforçaram - se para me oferecer um breakfast brasileiro. Nossa relação transcendeu o comercial e virou amizade. O Brian, segundo filho, toca piano. Um dia ele apareceu com um Violão. Toquei para eles. O Brian perguntou sobre Jazz. Ensinei o que pude. E tôme inglês! Nos demos tão bem que ganhei uma carona de graça para o aeroporto. A Koy me acompanhou e me entregou um cartão com dedicatórias assinados por todos. Sentirei saudades.
Na mala trouxe meu livro do CAE, dois cadernos preenchidos e folhas de aula. Não sinto que melhorou tanto meu inglês. Espero sentir conforme continuar ouvindo, falando e lendo. Não estou preocupado. Um idioma serve para conectar pessoas. Praticando com amigos daqui e de lá vou atualizando devagarinho o meu English Software. Até o momento de entrar em sala de aula.
Take care, Guys.
O Wili e a Evelyn são fantásticos. Vieram para Vancouver das Filipinas há 20 anos e vão muito bem obrigado. Aprendi muito inglês conversando com eles, muito mais que na escola. Adorei a casa, meu quarto e a família. Tentaram atender a todos os meus pedidos. Esforçaram - se para me oferecer um breakfast brasileiro. Nossa relação transcendeu o comercial e virou amizade. O Brian, segundo filho, toca piano. Um dia ele apareceu com um Violão. Toquei para eles. O Brian perguntou sobre Jazz. Ensinei o que pude. E tôme inglês! Nos demos tão bem que ganhei uma carona de graça para o aeroporto. A Koy me acompanhou e me entregou um cartão com dedicatórias assinados por todos. Sentirei saudades.
Na mala trouxe meu livro do CAE, dois cadernos preenchidos e folhas de aula. Não sinto que melhorou tanto meu inglês. Espero sentir conforme continuar ouvindo, falando e lendo. Não estou preocupado. Um idioma serve para conectar pessoas. Praticando com amigos daqui e de lá vou atualizando devagarinho o meu English Software. Até o momento de entrar em sala de aula.
Take care, Guys.
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