Como toda minha área de interesse estava nesse centro, fui aos lugares que quis e que não quis pedalando.
Antes de
viajar Googlei Bike + Vancouver. Fuçei lojas, modelos, preços e
opções. O aluguel de uma bicicleta sai em média 10 dólares a hora. Para uma semana
média de 85 dólares,
Avaliei
comprar e trazer uma Downtube, ótima e barata bike dobrável
americana.
Com taxa
de entrega para o Canadá (80 dólares) mais as taxas de transporte
de Avião (100 dólares) ficou caro. Já tenho uma Dahon dobrável, aro 26. Poderia usar a Downtube aro 20 no metro e na CPTM para ir ao
trabalho em São Paulo. Paciência.
Descobri na internet uma ONG na University of British Columbia (UBC) chamada The Bike kitchen que reforma, recicla e negocia Bikes baratas.
O legal é que eles vendem e compram de volta a sua bike por metade do preço. Boa opção para quem passa pouco tempo na cidade.
Desisti da
Downtube e viajei decidido a comprar uma Bike de segunda mão na ONG. No primeiro dia contei meu plano ao Wili, meu anfitrião. Ele me alertou
que a cidade vive um surto de roubo de Bikes. Contou -me que a bike de seu
filho foi furtada há poucas semanas. Quando vi a promoção de Bikes K2 de 18 marchas na loja SportCheck, no Metrotown, pensei: Talvez o Willi se interesse por esta quando eu viajar. A Bike
de 300 dólares saía por 200.
Explorando a cidade
Nesses vinte e poucos dias estabeleci três esquemas:
a. Chegava
cedo em casa, jantava e descansava meia hora. Saía para explorar as
redondezas e áreas de subúrbio. O mapa que o Willi me emprestou me salvou de estar perdido várias vezes.
b.
Acordava mais cedo. Entrava no metrô antes das 7h para fugir do
horário de pico. À tarde, após a aula, pedal em Downtown.
c. Finais
de semana. Por seis dias (Duas sextas, dois
sábados e dois domingos) não parei em casa. Saía de manhã e
voltava à noite. Nas Segundas feiras estava irremediavelmente
esbaforido e feliz. Terça recarregava as energias e quarta estava novinho em folha, pronto para outra.
Já no
segundo dia com a Bike fui ao Central Park de Burnaby. Sem conhecer
direito o lugar resolvi pedalar num gramado lisinho e convidativo.
Quando vi estava no meio de um campo de Golfe local. Cruzei
rapidinho ouvindo as tacadas. Imaginava bolinhas zunindo próximas ao meu ouvido.
Em Downtown andava por todos os lados. Numa sexta à tarde saí da biblioteca pública em direção à Robson street A caminho mudei de ideia e resolvi filmar a ciclovia de duas mãos no sentido norte sul que havia passado no dia anterior. Atravessei o pátio em obras, na altura da loja da Sears, desmontado. De – repente algo (um pássaro provavelmente) defecou na minha calça de nylon.
Em Downtown andava por todos os lados. Numa sexta à tarde saí da biblioteca pública em direção à Robson street A caminho mudei de ideia e resolvi filmar a ciclovia de duas mãos no sentido norte sul que havia passado no dia anterior. Atravessei o pátio em obras, na altura da loja da Sears, desmontado. De – repente algo (um pássaro provavelmente) defecou na minha calça de nylon.
Voltando de Grandville Island, cruzei a Burrard Bridge e me lancei no trânsito
da Burrard Street, à caminho da lojinha de conveniência do Paquistanês, na Hastings Street. Ele tem um note book velho que eu usava para ligar para casa via Skype.
Explorei
bairros mais pobres em North Vancouver para além da Lions Gate
Bridge. Mesmo ali longe do centro encontrei boas ciclovias, e um pessoal menos educado.
Atravessei a Lions Gate Bridge voltando de North Vancouver. A Lions Gate é a
ponte mais bonita da cidade. Num estilo Golden Gate, oferece uma bela vista de Downtown e do Stanley Park.
Cruzei pedalando todas as pontes que encontrei. As calçadas das pontes são compartilhadas por pedestres e ciclistas. A sinalização vai no chão. Em South Vancouver, explorei Queensboroug e a
região próxima a Cambie Street, ao longo da Canada Line do Sky
Train. Passei um dos meus sábados pedalando na UBC, onde meu amigo Juliano trabalhou. A
universidade se localiza numa encosta rochosa com muitas praias.
Curioso, saí explorando uma das ruas e fui dar num parque junto ao
mar, com vista para North Vancouver no lado oposto da baía.
Sea Wall
De tudo o
que fiz no Canada, descobrir a ciclovia que circunda Downtown foi a
experiência mais legal. É possível circundar
completamente Downtown sem sair das ciclovias. Sair pedalando na
ciclovia em frente ao Canada Place, circundar o Stanley Park, passar
por English Bay, entrar em False Creek, passar pelo estádio, Science
World, seguir pedalando até a entrada de Grandville Island. O melhor passeio da viagem. É de tirar o fôlego. Dá para alugar uma Bike por um dia por $25 e fazer. Imperdível. O
roteiro completo tem 40 Km. Filmei tudo e postei noYoutube. Está
pronto? Você vai precisar da tarde inteira para ver tudo. Sairemos da ciclovia que margeia a Sea Wall em Downtown. Do
Canada Place em direção ao Stanley Park.
O Canada
Place é um lugar amplo, onde está a Tocha Olímpica. Um dos pontos
turísticos mais visitados da cidade. A ciclovia, paralela ao passeio
para pedestres, margeia a face norte de Downtown passando por uma
infinidade de parques, bares, iates e aviões. Entramos no Stanley Park e ficamos mais em contato com o mar e com o verde.
A ciclovia segue contornando o desenho do parque à esquerda pela beira do mar.
O ambiente fica menos agitado e começamos a relaxar com o cheiro e o
som do mar batendo na Sea Wall.
Mais à frente descemos da bicicleta e seguimos à pé. É uma área de recreação com banheiros e brinquedos. Não demora muito e avistamos a bela
Lions Gate Bridge, emoldurada pelas Grouse Mountains ao fundo.
Passamos embaixo da Lions
Gate Bridge e seguimos por uma encosta de pedras e barro, um pouco
mais estreita e perigosa. A cidade desaparece completamente, para
reaparecer mais à frente, numa pequena praia.
O trecho final da ciclovia no Sea Wall do Stanley Park contorna à esquerda, de volta a Downtown, southwest side. A ciclovia faz uma pequena curva para preservar a árvore que estava no caminho.
Passamos por uma piscina pública, abandonamos a Sea Wall para contornar uma
área recreativa do Stanley Park. Viramos à direita mais à frente
para retornar à praia. Saímos do parque e encontramos a melhor praia da cidade. A English Bay.
Às 19h
tem gente chegando na praia, com isopor, criança e chapéu. Seguimos pedalando na ciclovia em direção a False Creek. Já dá para ver a
Burrard Bridge e mais atrás a Grandville Bridge. Do outro lado desta
última está Grandville Island, nosso destino final. Uma família me
ultrapassa. Reparo no carrinho de bebê rebocado, estilo charrete.
Mais à frente o caminho fica curvo, acompanhando o beira mar. Bares e
restaurantes se misturam a iates, pontes e arranha – céus na
paisagem. O Aquabus cruza a baía levando turistas. Minha curiosidade
me impele a seguir em frente.
Do nosso lado esquerdo Downtown revela sua parte mais exuberante, com parques
e condomìnios, postos de embarque do Aquabus, um barquinho com toldo
colorido que faz a travessia de False Creek por $3. O dia está muito
bonito e não dá para ficar em casa.
Estamos nos aproximando do estádio dos Canucks. Como é verão ele está sem
a sua famosa cobertura branca. Aproximamo - nos do fundo da Baía de
False Creek e começamos a virar para a direita acompanhando a Sea
Wall.
Conheci o lado leste da ciclovia do Sea Wall de False Creek na última semana.
Tive uma epifania quando percebi que havia mais. Que não havia
terminado. Pedalei este último trecho em êxtase. Parti das
imediações de Science World às 19h35, com sol de frente.
Os pisos
variam entre pedra e asfalto neste trecho. O sol está mais baixo.
Iates do meu lado direito. Não se escuta o barulho de carros. Só ar
puro, as Bikes e o som do Mar batendo na Sea Wall. Parecem
impossíveis os lugares de tão bonitos, mas ele insistem em se
revelar.
No trecho final com a luz escassa, os parques vão mudando de nome ao longo da
ciclovia. Paro aos pés da Grandville Bridge, na entrada de
Grandville Island. Fim da linha. A ciclovia ainda segue por West
Vancouver até UBC. Está escuro. Pedalei os 40 Km. Hora de voltar
para casa, em Burnaby. Hora também de voltar para o Brasil, em mais alguns dias.
Boas pedaladas.
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