Tarde da noite.
Silêncio.
Tudo imóvel.
Ano terminado.
Terminaram as tarefas, as funções.
Hora de parar de fazer e apenas ser.
Sentimento de realização.
Missão cumprida, mais uma vez.
Deixei marcas minhas por todos os lados.
Hora de me retirar.
Hora de me retirar.
Estou feliz.
Não estou alegre.
Agora só penso em reencontrar meu núcleo original,
Largo-me à corrente dos meus sentimentos
mais profundos e vou feliz de encontro à minha tristeza.
Ela me conduz a um tipo de fonte.
E para além, só espaço.
Reencontro-me.
Não há ninguém aqui.
Relaxo na dor.
Aquieto-me ainda mais.
Regozijo-me com a noite, com a chuva, com a solidão.
Volto para casa.
O espaço continua a se abrir em abundância.
Na minha casa as paredes são de pedras pontudas.
Mais um momento e não há mais ninguém.
Perco-me completamente.
Ainda e apenas resta
o brilho infinito, repleto de possibilidades.
o brilho infinito, repleto de possibilidades.
Infinitamente criativo.
Longe dos fogos de artifício.
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