Você tem idéia do trabalho que deu para nossos tataravôs símios descerem da árvore, endireitarem a coluna e caminharem sob duas pernas? Você tem idéia de como doeu “transmutar” duas mãos sobressalentes e fora de uso num par de ótimos pés? Foram bilhões de tombos. Você, que recebeu todo esse equipamento já pronto e de graça, vai desperdiçar sua saúde por um calhambeque que você chama pelo nome? Viva 22 de setembro! É o dia mundial sem carro! Vamos vendê-los todos! E votar na Soninha para prefeita. Vamos entoar o Slogan: “Troque seu sonho de consumo pela cidade dos seus sonhos”. Vamos trocar cem carros trocando de marcha em movimento pela marcha do movimento dos sem carro.Você acha que eu estou brincando?
http://bcpandre.blogspot.com/2007/09/22-de-setembro-dia-mundial-sem-carro.html
Há dois anos sem meu velho “amigo”, nunca estive tão feliz. As pessoas lançam um olhar de pena quando digo que não tenho carro. Eu lanço o mesmo olhar de volta quando dizem que os tem. Veja minha situação: Estacionar em shopping? Não sei o que é. Flanelinha? Malabarista de semáforo? O que é? IPVA? Seguro? Multa? Troca de óleo? Manutenção? Vaga? Prestação? Lei seca? Baliza? Barulhinho no eixo? Vou para Wikipédia. Imagine - se saindo para caminhar numa manhã ensolarada. Árvores, pássaros, cachorros com e sem donos. Meia hora depois você chega ao trabalho cheio de amor para dar. Desde que “entrei na vida de viciado” (em endorfina) troquei minha coleção de triglicerídeos por uma coleção de tênis de maratona. Não fiz as contas de quanto economizei nessa história. Mas é muito. Olha: Pego taxi toda semana e alugo carros para viajar. Carros novinhos. Multicoloridos. Temos uma relação tão pessoal com eles que quando alugo um modelo diferente sinto como se tivesse traindo o modelo anterior. E você? Como anda sua relação? Lembra quando você comprou seu carro novo? Lembra como se apaixonou? Como lavava toda semana? Olhe para ele agora. Em que momento a paixão terminou? Vamos trabalhar isso na sessão de hoje. O carro que mais alugo é o Ausentis. Promoção permanentis. Taxa zero. E o taxi? Nele você vai pela via expressa, aquela do ônibus. Na próxima vez que você tiver na muvuca, olhe para sua esquerda. Talvez dê para me ver passando como um raio. Não, não me faça sinais obscenos. Também me ferro com taxi. É duro agüentar os taxistas malas. Tenha sempre um punhado deles, selecionados a dedo, na agenda do celular. Meu irmão, esse sim é ativista radical. Já viajou pacas de magrela. Aqui no Brasil e lá “fuera”. Ele é da ONG “Bicicletada”.
http://www.bicicletada.org/SaoPaulo
Com eles não tem conversa. Os caras obrigam os carros a respeitar a lei que diz que o pedestre tem a preferência. Ninguém, como se sabe, respeita essa lei. O pedestre acuado é obrigado a parar em sua faixa preferencial sob risco de ser atropelado. Uma vez voltávamos a pé do shopping. Eu, meu irmão, mamãe, e o sobrinho. Fomos atravessar na faixa de pedestres. Vinha um desses importados enrolados no "insulfilm". Vinha acelerado. Não fez menção de parar. Meu irmão olhou o cara nos olhos e avançou na faixa obrigando-o a frear. Ele deu um tranco e parou. Atravessamos. Saiu cantando pneu, a anta. “Arrumbaê! Arrumbaê! Areumbaê! Arrumbaê! In the jungle...”Inventei uma técnica para fazer meditação andando. Não, não é o Kinhin do Zen. É na verdade um pouco “zen noção” da minha parte. Visualizo o terreno à frente, calculo a distância dos obstáculos. Dou dez passos de olhos fechados. Reabro de relance, por um milionésimo de segundo. É o tempo de “fotografar” mentalmente o terreno à frente. Se você for louco de querer tentar comece com três passos e vá aumentando. Você notará que o corpo tenderá para um lado. Não vai conseguir ir em linha reta. Insista. Você vai entrando num fantástico estado de vigília e atenção focalizada. Pensando bem, jamais tente fazer isso. É para loucos. Se tentar e quebrar os dentes na calçada assuma a responsabilidade e, por favor, não venha me amolar. Tá, confesso. Vendí meu carro porque precisei do dinheiro. Como num casamento arranjado, o "amor veio com a convivência". Amor por uma ausência. Vamos todos curtir ao máximo o dia 22, o dia “mundial sem carro”. Porque todos os próximos serão dias "carrais sem mundo". Tudo bem, você tem filhos, mora longe, não pode ficar sem carro. Entendo. Veja, nesse caso para te ajudar posso te dizer o seguinte: Azar o seu. Faça do não - carrismo engajado uma opção de vida e depois invente um jeito de ajeitar a vida. Quando conseguir, aí sim, bem-vindo ao século XXI.
http://bcpandre.blogspot.com/2007/09/22-de-setembro-dia-mundial-sem-carro.html
Há dois anos sem meu velho “amigo”, nunca estive tão feliz. As pessoas lançam um olhar de pena quando digo que não tenho carro. Eu lanço o mesmo olhar de volta quando dizem que os tem. Veja minha situação: Estacionar em shopping? Não sei o que é. Flanelinha? Malabarista de semáforo? O que é? IPVA? Seguro? Multa? Troca de óleo? Manutenção? Vaga? Prestação? Lei seca? Baliza? Barulhinho no eixo? Vou para Wikipédia. Imagine - se saindo para caminhar numa manhã ensolarada. Árvores, pássaros, cachorros com e sem donos. Meia hora depois você chega ao trabalho cheio de amor para dar. Desde que “entrei na vida de viciado” (em endorfina) troquei minha coleção de triglicerídeos por uma coleção de tênis de maratona. Não fiz as contas de quanto economizei nessa história. Mas é muito. Olha: Pego taxi toda semana e alugo carros para viajar. Carros novinhos. Multicoloridos. Temos uma relação tão pessoal com eles que quando alugo um modelo diferente sinto como se tivesse traindo o modelo anterior. E você? Como anda sua relação? Lembra quando você comprou seu carro novo? Lembra como se apaixonou? Como lavava toda semana? Olhe para ele agora. Em que momento a paixão terminou? Vamos trabalhar isso na sessão de hoje. O carro que mais alugo é o Ausentis. Promoção permanentis. Taxa zero. E o taxi? Nele você vai pela via expressa, aquela do ônibus. Na próxima vez que você tiver na muvuca, olhe para sua esquerda. Talvez dê para me ver passando como um raio. Não, não me faça sinais obscenos. Também me ferro com taxi. É duro agüentar os taxistas malas. Tenha sempre um punhado deles, selecionados a dedo, na agenda do celular. Meu irmão, esse sim é ativista radical. Já viajou pacas de magrela. Aqui no Brasil e lá “fuera”. Ele é da ONG “Bicicletada”.
http://www.bicicletada.org/SaoPaulo
Com eles não tem conversa. Os caras obrigam os carros a respeitar a lei que diz que o pedestre tem a preferência. Ninguém, como se sabe, respeita essa lei. O pedestre acuado é obrigado a parar em sua faixa preferencial sob risco de ser atropelado. Uma vez voltávamos a pé do shopping. Eu, meu irmão, mamãe, e o sobrinho. Fomos atravessar na faixa de pedestres. Vinha um desses importados enrolados no "insulfilm". Vinha acelerado. Não fez menção de parar. Meu irmão olhou o cara nos olhos e avançou na faixa obrigando-o a frear. Ele deu um tranco e parou. Atravessamos. Saiu cantando pneu, a anta. “Arrumbaê! Arrumbaê! Areumbaê! Arrumbaê! In the jungle...”Inventei uma técnica para fazer meditação andando. Não, não é o Kinhin do Zen. É na verdade um pouco “zen noção” da minha parte. Visualizo o terreno à frente, calculo a distância dos obstáculos. Dou dez passos de olhos fechados. Reabro de relance, por um milionésimo de segundo. É o tempo de “fotografar” mentalmente o terreno à frente. Se você for louco de querer tentar comece com três passos e vá aumentando. Você notará que o corpo tenderá para um lado. Não vai conseguir ir em linha reta. Insista. Você vai entrando num fantástico estado de vigília e atenção focalizada. Pensando bem, jamais tente fazer isso. É para loucos. Se tentar e quebrar os dentes na calçada assuma a responsabilidade e, por favor, não venha me amolar. Tá, confesso. Vendí meu carro porque precisei do dinheiro. Como num casamento arranjado, o "amor veio com a convivência". Amor por uma ausência. Vamos todos curtir ao máximo o dia 22, o dia “mundial sem carro”. Porque todos os próximos serão dias "carrais sem mundo". Tudo bem, você tem filhos, mora longe, não pode ficar sem carro. Entendo. Veja, nesse caso para te ajudar posso te dizer o seguinte: Azar o seu. Faça do não - carrismo engajado uma opção de vida e depois invente um jeito de ajeitar a vida. Quando conseguir, aí sim, bem-vindo ao século XXI.
PS - Por favor não me atropele.
PS 2 - Veja o vídeo do Dia bundial sem calça, em Junho na Paulista!
3 comentários:
Graaaande Brother!
Adorei.....hahahahaha....com muito humor e ação a gente chega lá!!
Abração,
Victor
Graaaande Brother,
Adorei.....com muito humor e ação a gente chega lá!!!
Abração,
Victor
QUe texto lindo, fiquei emocionado..serio...ainda mais quando do nada começou a tocar um bob mcferrin...parabens
A REVOLUÇÃO VIRÁ DE BICICLETA
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