Não
parece que faz quatro anos que vivemos sem carro em São Paulo. Bem
no início esse parecia ser um projeto impossível. Vimos que não é,
se você organiza a sua vida perto de casa. Parte do nosso sucesso se
deve à bicicleta.
Entro no segundo ano em que meu principal transporte é a magrela. Comprei a Bike no início de 2009, e passei o ano ensaiando assumir-me para valer como ciclista. Em novembro compramos uma bike para a Gis, minha mulher. As duas dobráveis, para guardar no apartamento. http://www.dahon.com/folding-bicycles
Entro no segundo ano em que meu principal transporte é a magrela. Comprei a Bike no início de 2009, e passei o ano ensaiando assumir-me para valer como ciclista. Em novembro compramos uma bike para a Gis, minha mulher. As duas dobráveis, para guardar no apartamento. http://www.dahon.com/folding-bicycles
Estamos
batendo na porta de Abril e a tenho usado todo o dia. Para trabalhar,
para passear, para tudo.
Tudo bem, se chover ou esfriar a minha animação acaba. No último inverno rapidamente me entreguei ao conforto do taxi.
Tudo bem, se chover ou esfriar a minha animação acaba. No último inverno rapidamente me entreguei ao conforto do taxi.
Hoje cada vez mais, quando saio me lembro feliz que não tenho que
ligar nem preciso falar com ninguém para ir onde quero ir. Apenas
desço a magrela pelo elevador e ganho as ruas, pedalando satisfeito
pelo canto da pista, sob o olhar incrédulo, invejoso, dos
motoristas.
Quando comecei a usar diariamente (este ano) meu corpo de
43 anos sentiu. Ainda estou me adaptando, e já estou bem melhor.
Tive alguns torcicolos, mal jeitos no pescoço. No final da semana
batia cansaço físico mesmo. Pedalando, como mais, durmo
melhor, e economizo. Economizo para xuxu.
Não
vou levar em conta o que deixo de gastar por não ter um carro. Um mês sem pegar taxi são 200 reais no bolso. Em um ano, dois mil.
Dá para comprar uma passagem de avião para a Europa na baixa
temporada.
Decidido
a assumir minha militância ciclista com mais vigor, em fevereiro fiz
um curso de mecânica de bicicletas na Total Bike
http://totalbike.locaweb.com.br/index.php
De
tudo o que aprendi, o que ficou é que preciso mesmo é ter um bom
mecânico à mão para quando precisar. O Caio da Total Bike, o cara
que deu o curso, é excelente. Manja bastante e não economizou dicas
para quem já brinca de desmontar a bike em casa.
No
sábado, dia 06/03, para variar, choveu o dia todo. Esperei passar e
lá pelas cinco da tarde fui passear na nova ciclovia da marginal
pinheiros, recém inaugurada. Estava vazia, com aquele tempo limpinho
pós - chuva de final da tarde. O casal de capivaras + filhinho
pastando ao lado do rio. Quero – queros em revoada. Que beleza! Não
aguentei. Dia seguinte, levei a Gis (Veja vídeo)
http://www.youtube.com/watch?v=CRSBDngpEGs
Encontramos
meu irmão ciclo ativista debaixo de um sol escaldante. Partimos pelo
caminho vermelho recém pintado sonhando com o dia em que poderemos
realmente transitar pela cidade em segurança.
Meu
irmão nos deixou na ponte do Socorro e voltou. Seguimos. A Gis
encarou os 28 Km ida e volta, sem drama. Li na internet que
tinham mais de três mil bicicletas naquele domingo. Estava tão
lotada que na saída da Vila Olímpia enfrentamos um congestionamento
(assista vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Jiw58faI8hs
E
assim vou tocando a bicicleta e pedalando o barco, tentando
permanecer vivo na cidade dos carros, equilibrado sobre duas rodas,
curtindo o espaço aberto em volta e ajudando o planeta a respirar. Se
há algo realmente valioso que aconteceu na minha vida do ano passado
foi o ciclismo. E, pelo que estou vendo, veio para ficar. É isso. Fui.
Dica
de leitura: Ganhei do meu irmão de Natal o delicioso Bicycle
Diaries, livro do músico e ciclo ativista David Byrne, lançado
recentemente no Brasil.
http://www.amarilyseditora.com.br/home/livro/42-diarios-de-bicicleta
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