O prólogo está por um fio. Perambulo entre as palavras, enquanto degusto o picolé de gelo colorido. Sentado no banco, não suspeito estar doente. Desejo poder quebrar alguns dentes.Em 2008 fiquei de pé, sustentado pelo maxilar e por uma tia rica chamada Sozinha.
Fiz duas lindas viagens. Tirei duas mil lindas fotos. Gastei dois mil lindos reais.
Mamãe ficou mais perto. Obrigado por suas palavras em outubro, Mãe. Aquilo me foi muito raro. Alguma porta abriu e rapidamente se fechou. Sim , também sinto muita falta do Papai.
Desejo a solidão e o espaço. Eis o presente que me darei: Solidão e espaço. Por favor vá embora agora e me deixe em privacidade.
Largo o livro. Estou na cozinha. Cozinho um caldo com camadas cebolíacas da minha vulnerabilidade. Está frio lá fora. O caldo servido aquece meus pés.
Volto ao livro. Num só fôlego, atravesso o vale entre o prólogo e o epílogo. Paro na página quarenta e dois.































